segunda-feira, 18 de julho de 2011






"Sou como você me vê.




Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,




Depende de quando e como me vê passar."




Clarice Lispector





DIONISIO, DIÓNISIOS, DIONÍSIO / BACO





Deus grego equivalente ao romano Baco, especificamente deus do vinho, das festas, do lazer, do prazr, do pão e mais amplamente da vegetação, um dos mais importantes entre os gregos e o único deus filho de uma mortal. Seu culto deve ter vindo da Trácia, Lídia ou Frígia para a Grécia aproximadamente no oitavo ano a.C. e onde inicialmente com sua forma de touro, frequentemente liderava as Maenads barulhentas, bacantes, sátiros, ninfas e outras figuras disfarçadas para o bosque. Eles dançavam , esquartejavam animais e comiam suas carnes cruas, em ritual que originalmente nada tinha a ver com o vinho. Outro animal cuja forma era assumida por ele era o cabrito.. Isso porque para salvá-lo do ódio de Hera, seu pai, Zeus, o transformou nesse animal e quando os deuses fugiram para o Egito para escapar da fúria de Tifon, foi transformado em um bode. Assim, seus adoradores cortavam em pedaços um bode vivo e o devoravam cru, acrditando estar comendo a carne e bebendo o sangue do deus. Se estabeleceu inicialmente com muitas restrições, principalmente da aristocracia. Apenas gradualmente é que foram os componentes licenciosos e fálicos do culto moderados, de forma que tomou um lugar seguro na religião dos gregos.



Era filho de Zeus e da princesa Sêmele, filha de Cadmo e Harmonia. Descoberta mais uma traição de Zeus, a sua enciumada esposa Hera disfarçou-se de Beroe e convenceu Sêmele de que ela deveria pedir uma prova de que seu amante era realmente Zeus. Ela dirigiu-se ao amante e ele prometeu que qualquer coisa que ela pedisse lhe seria atendido. Porém ela, como mortal, selou seu destino quando pediu ao seu amante, caso ele fosse o verdadeiro Zeus, que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, tal como andaria no Olimpo. Como era um juramento divino, Zeus lançou-se ao alto, junto as névoas obedientes e as nuvens de tempestade, relâmpagos, ventos e trovões, e o corpo mortal de Sêmele não foi capaz de suportar toda aquela carga de energia celestial e ela foi queimada até as cinzas. Seu bebê, ainda incompleto, saiu do útero de sua mãe, e alojou-se na coxa de seu pai, até que se completasse a sua gestação e depois o pai enviou o bebê para ser criado pelo casal Ino, sua tia, e Atamas. Entretanto, Hera escobriu que o bebê havia nascido e que estava sendo criado escondido dela e, indignada, levou Atamas à loucura. Atamas caçou o próprio filho, Learcus, como se fosse um veado, matando-o, e Ino, para livrar seu outro filho, Melicertes, da loucura do pai, o atirou ao mar, onde foi transformado no deus do mar Palaemon, em homenagem a quem Sísifo instituiu os jogos do Istimo. Finalmente, Zeus iludiu Hera transformando-o em um cabrito, e Hermes olevou para ser criado pelas ninfas de Nisa, na Ásia, quem Zeus posteriormente transformou em estrelas, dando-lhes o nome de Híades. Quando ele cresceu, descobriu a videira e também a maneira de extrair da fruta o seu suco e transformá-lo em vinho e passou a ensinar a cultura da uva. Ele foi o primeiro a plantar e a cultivar as parreiras, a poda dos seus galhos e o fabrico da bebida e assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho. Ensinando sua arte o deus vagou pela Ásia e foi até a Índia, chegou até Cibela, na Frígia, onde a deusa Réia, mãe dos deuses, opurificou e o ensinou os ritos de iniciação e, então, se dirigiu à Trácia. Na sua volta à Grécia, puniu quem se interpôs em seu caminho e triunfou sobre seus inimigos além de salvar dos perigos que Hera sempre colocava em seu caminho e instituiu o próprio culto.



Mais tarde ele resgatou a mãe, Sêmele, dos ínferos e a levou ao Olimpo, onde Zeus a transformou em deusa. Nas lendas romanas, tornou-se Baco, que se transformou em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses. Mais tarde, seu culto se tornou tão difundido que veio a ser cultuado em um monumento histórico particular, até msmo em Delfos,o santuário-chefe de apolo. Nos festivais realizados em sua homenagem, que eram basicamente festas da primavera e do vinho, também foram acrescentadas performances dramáticas, especialmente em Atenas, de forma que seu culto pode ser visto ligado ao gênero dramático. Em geral é representado sob a forma de um jovem iberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça , e, na outra, um dardo enfeitado com folhagens e fitas. Também aparece com o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, com uma coroa e pâmpanos na cabeça e dirigindo um carro puxado por leões. Suas seguidoras embriagadas eram chamadas de bacantes e é considerado também o deus protetor do teatro. Em sua honra promoviam-se festas dionisíacas e os ditirambos, que nas origens do teatro grego eram uma espécie de canto coral constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal, ou corifeu, e de outra propriamente coral, executada por personagens vetidos de faunos e sátiros, considerados companheiros desse deus.












domingo, 17 de julho de 2011



Passa em julgado que as mulheres lêem de cadeira em matéria de fazendas,pérolas e rendas, e que, desde que adotam uma fita, deve-se crer que a essa escolha presidiram motivos plausíveis.

Partindo deste princípio, entram os filósofos a indagar se elas mantinham o mesmo cuidado na escolha de um amante ou de um marido.

Muitos duvidaram.

Alguns emitiram como axioma, que o que determinava as mulheres, neste ponto, não era, nem a razão, nem o amor, nem mesmo o capricho; que se um homem lhes agradava, era por se ter apresentado primeiro que os outros, e que sendo este substituído por outro, não tinha esse outro senão o mérito de ter chegado antes do terceiro.

Permaneceu por muito tempo este sistema irreverente.

Hoje, graças a Deus, a verdade se descobriu: veio a saber-se que as mulheres escolhem com pleno conhecimento do que fazem. Compram, examinam, pesam, e só se decidem por um, depois de verificar nele a preciosa qualidade que procuram.

Essa qualidade é ... a toleima!


Fragmento da obra "Queda que as mulheres têm para os tolos",

de Machado de Assis

domingo, 12 de setembro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

POR QUE?

Por que nascemos para amar, se vamos morres?

Por que morrer, se amamos?

Por que falta sentido

ao sentido de viver, amar, morrer?




QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.






Dica de Língua Portuguesa

Eu não lhe vi ontem.

Foi bom. Quem diz "eu não lhe vi" é bom que não me veja mesmo...
Quem vê, vê alguma coisa. Por isso, esse verbo, que não pede preposição, deve ser usado com o pronome o (ou variações), e não com o pronome lhe, que se usa com verbo que pede preposição. Por isso:
Eu não o vi ontem.
Não quero prejudicá-lo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eros (Cupido): deus do amor

Eros - deus grego do Amor, o mais belo dos deuses, conhecido entre os romanos como Cupido. Nasceu do Caos com Gaia e Tártaro. Posteriormente foi considerdo filho de Ares (Marte) e Afrodite (Vênus)




A LENDA DE EROS E PSIQUÊ







Era uma vez um rei que tinha três filhas. Duas eram lindas, mas a mais nova era muito, muito mais bonita. Dizia-se até que Afrodite - a deusa da beleza - não era tão bonita quanto Psiquê (esse era seu nome). Os templos de Afrodite andavam vazios porque as pessoas, principalmente os homens, passaram a cultuar aquela princesa maravilhosa.

Afrodite ficou com ciúme e pediu para seu filho Eros, preparar uma vingança. Ela queria que Psiquê se apaixonasse por um monstro horrível. Só que Eros também acabou sendo atingido pelos encantos da menina. Ele ficou tão maravilhado ao ver Psiquê que não conseguiu cumprir a ordem da mãe.

O estranho é que todos aqueles homens que ficavam enfeitiçados com sua beleza não se aproximavam e nem tentavam namorá-la. As duas irmãs, que perto da caçula não tinham a menor graça, logo arranjaram pretendentes e cada uma se casou com um rei. A família ficou preocupada com a solidão de Psiquê. Então, um dia, seu pai resolveu perguntar ao oráculo de Apolo o que deveria fazer para a menina arranjar um marido. O que ele não sabia é que Eros já havia a Apolo para ajudálo a cumprir aos planos da mãe. A resposta que o rei levou para casa o deixou muito mais preocupado do que já estava: o deus falou que Psiquê deveria ser vestida de luto e abandonada no alto de uma montanha, onde um monstro iria buscá-la para fazer dela sua esposa.

Embora muito triste, a família cumpriu essa determinação e Psiquê foi deixada na montanha. Sozinha e desesperada, ela começou a chorar. Mas, de repente, surgiu uma brisa suave que a levou flutuando até um vale cheio de flores, onde havia um palácio maravilhoso, com pilares de ouro, paredes de prata e chão de pedras preciosas.

Ao passar pela porta ouviu vozes que diziam assim: "Entre, tome um banho e descanse. Daqui a pouco será servido o jantar. Essa casa é sua e nós seremos seus servos. Faremos tudo o que a senhora desejar." Ela ficou surpresa. Esperava algo terrível, um destino pior que a morte e agora era dona de um palácio encantado. Só uma coisa a incomodava: ela estava completamente sozinha. Aquelas vozes eram só vozes. Vinham do ar.

A solidão terminou à noite, na escuridão, quando o marido chegou. E a presença dele era tão deliciosa, que Psiquê, embora não o visse, tinha certeza de que não se tratava de nenhum monstro horroroso.

A partir de então sua vida ficou assim: luxo, solidão e vozes que faziam sus vontades durante o dia e, à noite amor. Acontece que a proibição de ver o rosto do marido a intrigava. E a inquietação aumentou mais ainda quando o misterioso companheiro avisou que ela não deveria encontrar sua família nunca mais. Caso contrário, coisas terríveis iriam começar a acontecer.

Ela não se conformou com isso e, na noite seguinte, implorou a permissão para ver pelo menos as irmãs. Contrariado, mas com pena da esposa, ele acabou concordando. Assim, durante o dia, quando ele estava longe, as irmãs foram trazidas da montanha pela brisa e comeram um banquete no palácio.

Só que o marido estava certo. A alegria que as duas sentiram pelo reencontro logo se transformou em inveja e elas voltaram para casa pensando em um jeito de acaar com a sorte da irmã.Nessa mesma noite, no palácio, aconteceu uma discussão. O marido pediu para Psiquê não receber mais a visita das irmãs e ela, que não tinha percebido seus olhares maldosos, se rebelou. Já estava proibida de ver o rosto dele e agora ele queria impedi-la de ver até mesmo as irmãs? Novamente, ele acabou cedendo e no dia seguinte as pérfidas foram convidadas para ir ao palácio de novo. Mas dessa vez elas apareceram com um plano já arquitetado.

Elas aconselharam Psiquê a assassinar o marido. À noite ela teria que esconder uma faca e uma lamparina de óleo ao lado da cama para matá-lo durante o sono.

Psiquê caiu na armadilha. Mas, quando acendeu a lamparina, viu que estava ao lado do próprio Eros, o deus do amor, figura masculina mais bonita que havia existido. Ela estremeceu, a faca escorregou da sua mão, a lamparina entornou e uma gota de óleo fervente caiu no ombro dele, que despertou, sentindo-se traído, virou as costas, e foi embora. Disse: "Não há amor onde não há confiança".

Psiquê ficou desesperada e resolveu empregar todas as suas forças para recuperar o amor de Eros, que, a essa altura, estava na casa da mãe se recuperando do ferimento no ombro. Ela passava o tempo todo pedindo aos deuses para acalmar a fúria de Afrodite, sem obter resultado. Resolveu então se oferecer à sogra como serva, dizendo que faria qualquer coisa por Eros.

Ao ouvir isso, Afrodite gargalhou e respondeu que, para recuperar o amor dele, ela teria que passar por uma prova. Em seguida, pegou uma grande quantidade de trigo, milho, papoula e muitos outros grãos e misturou . Até o fim do dia, Psiquê teria que separar tudo aquilo.

Era impossível. Ela já estava convencida de seu fracassoquando centenas de formigas resolveram ajudá-la e fizerm todo o trabalho.

Surpresa e nervosa por ver aquela tarefa cumprida, a deusa fez um pedido ainda mais difícil: queria que Psiquê trouxesse um pouco de lã de ouro de umas ovelhas ferozes. Percebendo que ia ser trucidada, ela já estava pensando em se afogar no rio quando foi aconselhada por um caniço (uma planta parecida com um bambu) a esperar o sol se pôr e as ovelhas partirem para recolher a lã que ficasse presa nos arbustos. Deu certo, mas no dia seguinte uma nova missão a esperava.

Agora Psique teria que recolher em um jarro de cristal um pouco da água negra que saía de uma nascente que ficava no alto de uns penhascos. Com o jarro na mão, ela foi caminhando em direção aos rochedos, mas logo se deu conta de que escalar aquilo seria o seu fim. Mais uma vez, conseguiu uma ajuda inesperada: uma águia apareceu, tirou o jarro de suas mãos e logo voltou com ele bem cheio de água negra.

Acontece que a pior tarefa ainda estava por vir. Afrodite dessa vez pediu a Psiquê que fosse até o hades (inferno) e trouxesse para ela uma caixinha com a beleza imortal. Desta vez, uma torre lhe deu orientações de como deveria agir, e, assim, ela conseguiu trazer a encomenda.

Tudo já estava próximo do fim quando veio a tentação de pegar um pouco da beleza imortal para tornar-se mais encantadora para Eros. Ela abriu a caixa e dali saiu um sono profundo, que em poucos segundos a fez tombar adormecida.
A história acabaria assim se o amor não fosse correspondido. Por sorte Eros também estava apaixonado e desesperado. Ele tinha ido pedir a Zeus, o deus dos deuses, que fizesse sua mãe parar com aquilo para que eles pudessem ficar juntos.
Zeus então reuniu a assembléia dos deuses (que incluía Afrodite) e anunciou que Eros e Psiquê iriam se casar no Olimpo e ela se tornaria uma deusa. Afrodite aceitou porque, percebendo que a nora iria viver no céu, ocupada com o marido e os filhos, os homens voltariam a cultuá-la.
Eros e Psiquê tiveram uma filha chamada Volúpia e, é claro, viveram felizes para sempre.