domingo, 29 de agosto de 2010

Afrodite: a deusa do amor e da beleza




Nascida do sêmem de Urano misturado ao mar, Afrodite (ou Vênus, em Roma) é a mais bela e sedutora das deusas e dela emana todo amor que existe pelas mulheres. Seu poder de atração é tamanho que todos os deuses brigam o tempo todo por causa dela, ao passo que ela ignora tudo solenemente.

Afrodite é quem govern as múltiplas formas de amor e paixão, sempre envolvida por um magnetismo intenso, pela alegria, pela sedução e pelo glamour. Ela casa e tem filhos, mas também é amante de vários homens e deuses e nunca se deixa humilhar ou dominar. Vaidosa, não tolera que outra mulher tenha capacidade de seduzir ou beleza comparável à sua, punindo as mortais que se atrevem a cruzar o seu caminho. Afrodite é temida por suas explosões de ódio quando os seu caprichos são negados. Em várias ocasiões, ela usa o amor como arma fatal dando vazão a suas vinganças.

As celebrações em sua homenagem eram chamadas de afrodisíacas e aconteciam em toda a Grécia, tendo no sexo livre um meio de contato e de culto à deusa. Afrodite representa a afirmação de desejo de prazer pelo prazer, que se manifesta principalmente através da atração sexual. Segundo suas leis e seus caprichos, as paixões e os amores se realizam ou são frustrados.




quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dica de redação

1. Apresentação
A boa apresentação de um texto é uma forma de garantir uma leitura tranquila do que pensamos e transcrevemos para o papel.
Consideramos questões de apresentação:
a) Limpeza - ausência de borrões e sujeiras, evitando o uso de corretivo.
b) Letra legível - não se trata de ter uma letra belíssima: a questão é conseguir ser legível a fim de garatir a leitura do que se escreveu.
c) Respeito às margens do papel - não escreva após o termino da linha ou às margens. Tudo precisa estar visível, legível e bem organizado.
d) Espaço que marca o início do parágrafo - no passado, algum dia, um professor de Português já lhe pediu dois dedos de afastamento da margem para o início de cada parágrafo. Digamos que não seja preciso haver tanto rigor, mas o afastamento é obrigatório, mostrando melhor disposição das suas idéias.
e) Letras maiúsculas e minúsculas em locais adequados - o emprego da letra maiúscula não é uma escolha particular, não pode ocorrer no meio da linha sem nenhum critério. Basicamente ele se restringe ao início das frases e aos nomes próprios.
2. Linguagem
Atente sempre para que a linguagem por você utilizada seja adequada ao tipo de texto que está escrevendo.
a) Linguagem coloquial - é aceitável, por exemplo, quando contamos uma história e queremos caracterizar algum personagem por sua simplicidade. Nesse caso, até a gíria pode ser pertinente. É um erro, porém, em textos em que se pretende discutir idéias.
b) Norma culta - é aquela que deve prevalecer em textos escritos. Lembre-se de que a norma culta implica respeitar as regras gramaticais.
c) Vocabulário - uma palavra errada pode determinar a incompreensão de toda uma frase, de toda uma idéia que você pretende transmitir.
Logicamente há outras questões a serem consideradas quando escrevemos ou corrigimos nossa redação. Esses são os primeiros passos para guiar nosso trabalho. Tenha isso em mente.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

MARTHA MEDEIROS








Vocabulário 'vintage'


Eu havia combinado de buscar minha filha na casa de uma amiga por volta das 18h. Pouco antes desse horário, ela me ligou toda excitada, dizendo que haviam resolvido assistir a um DVD e que alguém havia providenciado marshmallow com morangos e todas as outras gurias iriam ficar até mais tarde, então, mãe, mamãezinha, deixa eu ficar mais um pouco!!!


Respondi:


- Tudo bem, me liga quando esse frege terminar.


Silêncio abissal do outro lado da linha. Minha filha recuperou seu tom de voz normal em respondeu um seco:


- Tá, eu ligo.


Parecia que tinha recebido a notícia da morte de um parente.


Assim que desliguei, não contive o riso. Frege! Minha filha deve ter ficado em estado de choque, que língua mamãe está falando?


Na mesma hora, lembrei de uma passagem do ótimo "Eles foram para Petrópolis", livro que publica uma troca de correspondência virtual entre os jornalistas Ivan Lessa e Mário Sergio Conti. São textos eletrizantes, inventivos, inteligentes, que nos fazem matar a saudade de Paulo Francis, de quem os dois sempre foam amigos, aliás. Em certa passagem do livro, eles salientam ser "imprescindível tirar uma palavrinha lá da cozinha, dar uma limpada, um bom brilho, e depois tacar na cristaleira da sala de jantar para as visitas admirarem". E concluem: "Uma gíria e um bordão podem e devem pedir o boné e se mandar. Uma palavra, não."


Concordo e dou fé (também tirando da cozinha uma expressão empoeirada). Sempre gostei de ver resgatadas algumas palavras antigas que, em vez de denunciarem a decrepitude de quem as escreve, acabam por dar ao texto um ar vintage, que, comose sabe, é ultramoderno. Em vez de dizer que fulana ficou estressada, não é muito mais divertido dizer que ela teve um faniquito? Temos medo de bandidos, mas simpatizamos com os pilantras. E quem é aquela dando em cima do seu marido? Uma boa de uma bisca. Vá lá salvá-lo antes que a sirigaita o leve no bico. Antigamente as expressões eram mais leves, e leveza hoje é uma qualidade revolucionária.


Esgotado o tempo regulamentar, busquei minha filha na casa da amiga e vi que seu cotovelo estava esfolado.


- O que aconteceu? - perguntei, quando ela entrou no carro.


- Nada de mais, mãe, levei um boléu.


Não era caso para achar graça, mas achei.


Martha Medeiros


Revista O Globo. 22/08/2010







sábado, 14 de agosto de 2010

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram

Quantos filhoe em vão resaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,

Mas nelle é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa